Quando planetas se aproximam de sua estrela

🌞 (ou: por que a pausa também faz parte da órbita)

Alguns planetas percorrem órbitas tão extensas que, por longos períodos, parecem distantes demais da luz que os aquece.
Mas isso não significa que estejam perdidos — apenas estão em outra fase do seu ciclo.

Nos últimos meses, essa imagem me perseguiu.
Eu me senti como um desses mundos, afastado do centro criativo, distante da estrela que ilumina ideias, personagens e histórias. O tipo de afastamento que não vem de um único evento, mas da lenta soma de pequenas forças, como a gravidade constante de obrigações, expectativas, silêncio.

E então percebi: isso também faz parte do movimento.

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🪐 Pausas fazem parte do curso

A cultura ao nosso redor tende a tratar pausas como falhas de sistema. Como se desacelerar fosse sinônimo de estagnação. Mas, olhando melhor, percebi que até as máquinas mais eficientes entram em standby quando necessário. Até os grandes exploradores espaciais precisam de momentos de silêncio antes do próximo salto.

Durante esse tempo, respirei fundo e observei. Vi meus próprios padrões criativos de fora, como quem estuda a rotação de um planeta à distância. Percebi que muito do que parecia “parado” estava, na verdade, se ajustando. Mudando de órbita. E isso é essencial para qualquer viagem longa.

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🔭 Novas perspectivas

Ao me afastar, ganhei espaço para ver melhor o conjunto. Ideias antigas brilharam de novo. Personagens que estavam apagados surgiram com mais clareza. Conflitos internos do livro ganharam novas camadas — talvez porque alguns conflitos meus também tenham mudado de forma.

Esse período serviu para retomar leituras, revisar anotações esquecidas, explorar conceitos que antes pareciam distantes demais para alcançar. E, acima de tudo, aceitar que cada ciclo tem suas fases: de luz, de sombra, de silêncio e de reinício.

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🚀 O curso foi corrigido

Agora, estou mais próximo do meu “sol”. A energia criativa voltou a circular nos corredores da nave. Os sistemas estão ativos, e os sensores captam sinais de novas ideias vindo na direção certa.

Isso significa que novos posts estão a caminho. Alguns vão mergulhar no universo do livro:

• Como nascem as raças alienígenas do meu mundo
• O que é viver a bordo da Onyx Star Division
• Por que a solidão do espaço combina tão bem com o silêncio humano
• E bastidores do processo de escrita, erros de cálculo, ajustes de rota, saltos de fé

Outros textos talvez sejam mais reflexivos — sobre criação, rotina, bloqueios e retorno. Afinal, escrever ficção científica também é escrever sobre nós mesmos, ainda que por meio de outras estrelas.

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🌌 Um novo ciclo

O motor está ligado. O curso foi corrigido. A estação está reabitada.

Não prometo velocidade de dobra em todos os posts, mas posso garantir que estarei por aqui, acompanhando minha própria órbita com mais atenção. E espero que você venha junto, acompanhando esses registros de bordo, como quem acompanha sinais de uma nave que nunca deixou de transmitir — só ficou um tempo fora de alcance.

Até breve.
— Tulio Macedo