
O que aprendi na escuridão do espaço
- Tulio Macedo
- Jornada , História
- Aug 11, 2025
- 03 mins
🛰️ (ou: por que não postei ultimamente)
Por muito tempo, estive fora de órbita.
Não que eu tenha abandonado a missão — a jornada continua viva em mim — mas fui surpreendido por forças que, como acontece com naves em regiões inexploradas do espaço profundo, desviaram minha rota silenciosamente. Uma espécie de anomalia gravitacional criativa.
Talvez um magnetar emocional.
Talvez a atração de um buraco negro cotidiano.
Sabe-se lá.
O que posso dizer é que fui puxado por uma força invisível e densa. As ideias, antes tão pulsantes, começaram a distorcer, como sinais passando por uma zona de interferência. O tempo parecia fluir de forma diferente — como se eu estivesse preso num campo temporal, onde cada tentativa de retomar os controles era retardada por alguma variável incontrolável.
E então… veio o silêncio.
🌑 Uma travessia difícil de registrar
Durante esse tempo, as coisas aqui no site ficaram quietas. Silêncio absoluto, como o vácuo entre as estrelas. Mas quem conhece o espaço sabe: o silêncio nunca é apenas ausência. Muitas vezes, é o anúncio de uma mudança. O prenúncio de algo que ainda está por vir.
Na ficção que estou escrevendo, naves enfrentam tempestades cósmicas, sistemas entram em falha, e até os mais experientes capitães precisam aceitar quando a única manobra possível é aguardar.
No meu caso, houve turbulências internas. Ataques piratas disfarçados de rotina. Falhas de navegação emocional. Nada que precise ser registrado em detalhes nos logs — afinal, nem todo dado precisa virar documento. Algumas coisas permanecem nos diários de bordo pessoais, nos fragmentos de memória que escolhemos manter em silêncio.
Mas, ainda assim… sigo aqui.
🛰️ O silêncio ensina
Durante a travessia, percebi algo importante: nem toda pausa é perda. Às vezes, a nave precisa desligar seus sistemas principais por um tempo para se recalibrar, reabastecer, se redesenhar.
Esse período de silêncio foi também um tempo de observação. Como quem está do lado de fora da estação espacial olhando para dentro — ou do lado de dentro olhando para as estrelas.
Assisti de longe às ideias girarem lentamente como satélites em espera. E percebi que há um valor imenso nisso. No silêncio. Na pausa. No tempo de não produzir.
🌠 O retorno começa aqui
Este é apenas o primeiro sinal. O primeiro pulso de rádio dizendo: estou de volta ao painel de comando.
Ainda tenho coisas para ajustar, painéis a reativar, propulsores a recalibrar. Mas o rumo está traçado novamente.
Nos próximos registros de bordo, quero falar sobre os aprendizados dessa pausa, compartilhar um pouco mais sobre o universo do livro, e dividir algumas perspectivas novas que surgiram nesse tempo.
Este é só o começo da nova fase. Ainda há um longo caminho a percorrer por entre nebulosas criativas e asteroides de autocrítica. Mas agora, com os escudos restaurados e os motores aquecidos, estou pronto para voltar a explorar.
Nos vemos no próximo post.
🪐
— Tulio Macedo